Papéis
jornalísticos: hoje e sempre
Muito
frequentemente, aqui mesmo no LinkedIn, reaparece com força o debate sobre os
impactos da aceleração tecnológica para a produção de conteúdo e, mais
especificamente, para o jornalismo e as atividades jornalísticas. Esse tema
também surgiu de maneira relevante numa palestra recente para a rede de
colaboradores da Politize! (Politize!: visão geral |
LinkedIn).
É bastante
evidente que a tecnologia mudou quase tudo quando o assunto é produção e
distribuição de notícias, artigos opinativos, crônicas do cotidiano e tudo o
mais que sempre fez parte do campo de atuação dos jornalistas. Quase, não tudo.
Permanecem atributos relevantes representados por estes profissionais (que,
fique claro, podem ter formações diversas).
A capacidade de
mediação é o primeiro deles, algo essencial para ajudar as pessoas a construírem
conhecimento em meio à avalanche de informações com que têm de lidar no dia a
dia. Mediar inclui priorizar, explicar, explorar diferentes dimensões,
contemplar perspectivas muitas vezes opostas, e assim por diante. O ponto de
partida é, obrigatoriamente, do foco primordial em quem vai se apropriar do
conteúdo (note que não usei consumir).
Tal abordagem se
materializa no vínculo permanente com o interesse das pessoas (ou leitores, em
qualquer plataforma) e no direito que têm à informação precisa e de qualidade.
E nos leva ao segundo atributo fundamental: o comportamento ético. A
responsabilidade tanto pelos conteúdos como pela forma como são publicados (ou
postados, divulgados, transmitidos) é um imperativo num cenário se caracteriza
crescentemente pelo vale tudo.
Tá aí uma
combinação potente, que contribui para evolução da sociedade e faz do
jornalismo (e dos jornalistas) uma atividade imprescindível, hoje e sempre. E
não se engane: estes atributos não são comuns a qualquer um que produz e
publica conteúdo. Também não se deve ter uma visão simplista da questão ética: ela
vai muito além de não disseminar fake news ou não fazer propagando com cara de prestação
de serviço. Envolve dilemas significativos e, acima de tudo, na transparência dos
compromissos que guiam o trabalho.
Todo
mundo gera informação, todo mundo publica informação, todo mundo consome
informação....e muita gente fica doente com informação de má qualidade ou
estragada. Jornalistas sérios tem as ferramentas adequadas para reverter esta
equação que ameaça valores centrais das sociedades democráticas.